Para Clarinha, hoje com cinco anos, pedir um iogurte nem sempre foi fácil. Seu problema não era entender o que queria, mas conseguir comunicar a sua vontade. Durante seu nascimento, um erro médico fez com que lhe faltasse oxigenação no cérebro. Com isso, a menina perdeu boa parte dos neurônios responsáveis por sua coordenação motora, o que afeta seus movimentos e sua fala. Mas, mesmo com a paralisia cerebral, sua inteligência ficou intacta. É como se o corpo não obedecesse às ordens que o cérebro dá. Seu pai, o analista de sistemas Carlos Pereira, resolveu que poderia criar um método para conversar com ela. Nascia assim a ideia do Livox, ou Liberdade em Voz Alta, um sisteminha que já foi premiado pela ONU e hoje ajuda mais de 2.000 pessoas de todo o Brasil com disfunções na fala, deficiência visual, motora ou cognitiva.
“Eu queria entender o que se passava na cabeça dela”, conta Carlos, que primeiro tentou ajudar Clarinha de forma analógica mesmo. Ele pegava imagens de objetos, sensações ou qualquer coisa que a filha pudesse querer falar, imprimia, plastificava e colocava em um fichário. Quando ela tentava contar o que queria, Carlos mostrava as imagens para a menina apontar. “Como não tinha no Brasil, fui buscar sistemas de comunicação alternativa fora. Falei com as empresas, mas elas não tinham interesse de fazer um produto para o mercado brasileiro. Decidi que eu mesmo ia fazer”, lembra Carlos. Leia mais >>>
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