Para José Saramago seria o caos. Em seu livro Ensaio sobre a Cegueira, o mundo praticamente acaba enquanto a humanidade vai perdendo a visão. Mas para a ciência as coisas poderiam tomar um caminho diferente. "Há várias tecnologias que ajudariam: bengalas ultrassônicas que podem indicar se há objetos pela frente ou até robôs que atuariam como cães-guia", diz o especialista em robótica Darwin Caldwell, diretor do Instituto Italiano de Tecnologia. Além disso, precisaríamos de coisas como carros que andam sozinhos e máquinas capazes de substituir médicos em cirurgias. Mas como esses carros-robôs e outros aparelhos seriam construídos sem ninguém para ver que peça apertar? Fábricas totalmente automatizadas também não estão longe de ser realidade. "Robos" seriam capazes de se autoconstruir", diz Ken Young, presidente da Associação Britânica de Automação e Robótica. Ou seja: se a cegueira generalizada se espalhasse devagar, daria para a gente remodelar o mundo - mudando tudo para que nada mude. Com algumas adaptações, claro. "Teríamos que aprender novas maneiras de lidar com o computador, por exemplo. Seria algo como tocar um instrumento musical, tendo o som como a resposta para cada ação na máquina", diz o engenheiro Ken Goldberg, da Universidade de Berkeley, nos EUA. Impossível? Os cegos que usam computador hoje, com uma mãozinha de softwares de reconhecimento de voz e programas que leem o que aparece na tela, provam que não. E as tecnologias que já existem, ou que estão nascendo, também. Leia mais >>>
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